O papel dos pais na regulação emocional dos filhos

Ajudar a criança a regular suas emoções pode ser um grande desafio.
Primeiro porque os pais precisam regular suas próprias emoções e segundo porque precisam identificar o que o seu filho está sentindo e ensinar estratégias para ele lidar com essas questões emocionais.

As experiências emocionais ocorrem desde o nascimento da criança, principalmente por meio da interação com os pais. A princípio, as crianças precisam dos pais para regular suas emoções.

Quando os pais respondem às necessidades do seu filho, como alimentá-lo quando está com fome e aninhá-lo no colo quando está assustado, eles estão ajudando a criança a se autorregular.

À medida que as crianças vão crescendo e desenvolvendo a linguagem, elas precisam ser ensinadas a identificar, expressar e lidar com o que estão sentindo.

Sem esse aprendizado, as crianças acabam expressando os seus sentimentos de maneira mais instintiva, agindo com agressividade ou fazendo birras, por exemplo.

Veja o que você pode fazer:

 

1. Seja acolhedor, responsivo e sensível para que seu filho se sinta respeitado e seguro de que será cuidado independente do que acontecer. Isso faz com que os efeitos de fontes de estresse sejam amortecidos.

2. Ofereça à criança um ambiente físico e emocional seguro. Construa uma rotina previsível para aumentar o senso de segurança na criança e antecipe quando não for possível cumprir a rotina para pensarem juntos em alternativas. Por exemplo, você pode estabelecer que a brincadeira com o seu filho geralmente será depois do jantar ou que antes de dormir vão ler uma história juntos.

3. Ensine a criança a se autorregular dando instruções claras do que você espera de comportamentos dela. Evite termos vagos, como “se comporte bem”. Seja específico e descreva para ela o que é aceitável.

4. Explique o sentimento para a criança usando palavras que ela possa entender facilmente. Diga a seu filho: “Brincar com você é muito divertido. Você está sorrindo. Você está feliz?”

5. Descreva a situação para a criança. Você não dividiu o brinquedo com seu amigo e agora você está sozinho. Você está triste? Ou “Você conseguiu montar o quebra-cabeça! Você está satisfeito (orgulhoso) com você mesmo?”

6. Fale de sentimentos com a criança sempre que for oportuno. Você pode falar como você se sentiu em diversas situações que aconteceram no seu dia-a-dia. O exemplo pode envolver a própria criança ou outras pessoas. Por exemplo: Hoje me senti frustrado quando cheguei na padaria e o doce que eu queria tanto já tinha acabado.

7. Valide o sentimento dela. Se ela disser que está com raiva porque perdeu no jogo, diga que realmente podemos ficar com raiva quando perdemos, mas que precisamos encontrar uma forma adequada para lidar com isso.

8. Quando a criança agir de forma inadequada (por exemplo: bater em alguém ou gritar quando sentir raiva), espere ela se acalmar e deixe claro que o sentimento é aceitável, mas o comportamento não.

9. Elogie ou encoraje a criança quando ela tentar expressar com palavras o que está sentindo.

 

É apenas com a prática que ela desenvolverá essa habilidade. 
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Referências:

National Scientific Council on the Developing Child (2004). Children’s Emotional Development Is Built into the Architecture of Their Brains: Working Paper No. 2. Retrieved from www.developingchild.harvard.edu.

Rutherford, H.J.V.; Wallace, N.S.; Laurent, H.K.; & Mayes, L.C. (2015). Emotion Regulation in Parenthood. Dev Rev, 36, 1-14.

Morris, A.S., Criss, M.M., Silk, J.S., & Houltberg, B.J. (2017). The impact of Parenting on Emotion Regulation During Childhood and Adolescence. Child Development Perspectives, n.0, 1-6.